Um Texto que não quer acontecer,
Vejam só, até os textos se...
Qualquer coisa!
Até os textos têm suas próprias vontades, pois é!
Uma vida que anda. Com pernas longas e passos distantes.
Mas vamos lá, mesmo que ele não queira, eu quero. Eu quero que tudo aconteça. E aconteça aqui e agora. Ta legal, meu texto?
Tudo me É e parece de uma URGÊNCIA muito GRANDE. E um “Eu quero”quer escrever e EU vou.
e...
Eu não quero me ler.
Os anos sempre estão começando com uma violência impactante e estridente, fura nossas bundas com força e dói. Eu estou mais velho, mas ainda não fiz anos, ainda não é o tempo. Cada coisa no seu tempo.
Cada coisa acontece de tal forma que... Sei lá, sempre poderia ser bem diferente. Ou não. Mas é que as coisas são tão... Eu acho... Ah, deixa para lá o que eu acho. O que importa? Não é mesmo?
Eu bem que poderia falar das flores. São tantas ELAS... e seria bonito e... eu poderia falar de qualquer coisa. Eu poderia falar na Terceira pessoa. Eu acho tão sutil e interessante falar na terceira pessoa, mas é que eu me atrapalho um pouco com isso, ás vezes. Não sou um bom escritor, eu me atrapalho com tantas coisas, são tantas malemolências de minha parte. Eu sei que sou mole. Eu sei. Tá bom, tá bom, eu sei!
Mas,
Mesmo assim, eu gostaria de fazer uma denuncia em voz baixa: O espírito Natalino acabou. Nunca mais se fará uma oferta até que se chegue o próximo Natal. As crianças só podem rir de alegria, ao ganhar um brinquedo, no NataL. O Natal sim, é a época! Depois... É só ir vivendo aos “trampos”... E barrancos. (Quem foi mesmo que inventou de nascer no Natal? Cristo ou Papai Noel? Sei lá, tem horas que eu não sei, ou eu não me lembro. Quem é que aparece mais mesmo? Ah, tá, obrigado!) Por falar em barrancos: Todos querem salvar Santa Catarina da Miséria causada pelas enchentes, mas o Sertão Nordestino morre de fome e sede todos os dias (?) Bem, eu não me lembro.
Eu não me recordo mesmo, aliás, eu nem sei se me importo, aliás, eu não sei quão grade é nem o nome da nossa misericórdia. O que podemos fazer (?). Santa Catarina sim, tem seu valor. Valor de cidade, valor de lugar. Santa Catarina deve ser lembrada, ai de nós!
Lá no Sertão, todos têm de SER TÃO e não morrer de fome. E se Morrer, se auto-enterrar! Lá cada um tem de ser por si. O resto do País nunca será por eles. Quem nos dera essa coragem, ai, quem nos dera. Eu desejo que Santa Catarina SOBREVIVA, Sim, eu desejo, mas, é que o SERTÃO...
Eu acho que consegui falar na terceira pessoa com maestria, estou me superando, vejam só! Eu até me orgulho.
O texto reluta em sair, mas eu prefiro que ele saia logo a ficar aqui, assim, incomadante deste jeito.
Eu não queria falar de Santa Catarina, nem do SERTÃO, mas isso me veio...
É que nossos esforços para fazer VALER a vida me parecem PARCIAIS!
Tão parcial,
Inimaginavelmente PARCIAL e até cruel. Mas a escolha fora feita! A dignidade (?) é que ficou para trás!
Eu queria ser leve e falar com leveza, sabem do que eu gostaria de falar? De um burburinho, uma amiga minha, certa vez, ouviu um burburinho e, foi atrás dele, eu não sei se ela me viu, mas eu também ouvi e fui junto. Daí foi que eu parei em santa Catarina, afogada.
Que o espírito Natalino salve santa Catarina, mas que também salve o SERTÃO que morre e todos os outros lugares que morrem e que nossos olhos não podem ou não querem alcançar!
Ai de nós!
Chico,
05/01/09.
Vejam só, até os textos se...
Qualquer coisa!
Até os textos têm suas próprias vontades, pois é!
Uma vida que anda. Com pernas longas e passos distantes.
Mas vamos lá, mesmo que ele não queira, eu quero. Eu quero que tudo aconteça. E aconteça aqui e agora. Ta legal, meu texto?
Tudo me É e parece de uma URGÊNCIA muito GRANDE. E um “Eu quero”quer escrever e EU vou.
e...
Eu não quero me ler.
Os anos sempre estão começando com uma violência impactante e estridente, fura nossas bundas com força e dói. Eu estou mais velho, mas ainda não fiz anos, ainda não é o tempo. Cada coisa no seu tempo.
Cada coisa acontece de tal forma que... Sei lá, sempre poderia ser bem diferente. Ou não. Mas é que as coisas são tão... Eu acho... Ah, deixa para lá o que eu acho. O que importa? Não é mesmo?
Eu bem que poderia falar das flores. São tantas ELAS... e seria bonito e... eu poderia falar de qualquer coisa. Eu poderia falar na Terceira pessoa. Eu acho tão sutil e interessante falar na terceira pessoa, mas é que eu me atrapalho um pouco com isso, ás vezes. Não sou um bom escritor, eu me atrapalho com tantas coisas, são tantas malemolências de minha parte. Eu sei que sou mole. Eu sei. Tá bom, tá bom, eu sei!
Mas,
Mesmo assim, eu gostaria de fazer uma denuncia em voz baixa: O espírito Natalino acabou. Nunca mais se fará uma oferta até que se chegue o próximo Natal. As crianças só podem rir de alegria, ao ganhar um brinquedo, no NataL. O Natal sim, é a época! Depois... É só ir vivendo aos “trampos”... E barrancos. (Quem foi mesmo que inventou de nascer no Natal? Cristo ou Papai Noel? Sei lá, tem horas que eu não sei, ou eu não me lembro. Quem é que aparece mais mesmo? Ah, tá, obrigado!) Por falar em barrancos: Todos querem salvar Santa Catarina da Miséria causada pelas enchentes, mas o Sertão Nordestino morre de fome e sede todos os dias (?) Bem, eu não me lembro.
Eu não me recordo mesmo, aliás, eu nem sei se me importo, aliás, eu não sei quão grade é nem o nome da nossa misericórdia. O que podemos fazer (?). Santa Catarina sim, tem seu valor. Valor de cidade, valor de lugar. Santa Catarina deve ser lembrada, ai de nós!
Lá no Sertão, todos têm de SER TÃO e não morrer de fome. E se Morrer, se auto-enterrar! Lá cada um tem de ser por si. O resto do País nunca será por eles. Quem nos dera essa coragem, ai, quem nos dera. Eu desejo que Santa Catarina SOBREVIVA, Sim, eu desejo, mas, é que o SERTÃO...
Eu acho que consegui falar na terceira pessoa com maestria, estou me superando, vejam só! Eu até me orgulho.
O texto reluta em sair, mas eu prefiro que ele saia logo a ficar aqui, assim, incomadante deste jeito.
Eu não queria falar de Santa Catarina, nem do SERTÃO, mas isso me veio...
É que nossos esforços para fazer VALER a vida me parecem PARCIAIS!
Tão parcial,
Inimaginavelmente PARCIAL e até cruel. Mas a escolha fora feita! A dignidade (?) é que ficou para trás!
Eu queria ser leve e falar com leveza, sabem do que eu gostaria de falar? De um burburinho, uma amiga minha, certa vez, ouviu um burburinho e, foi atrás dele, eu não sei se ela me viu, mas eu também ouvi e fui junto. Daí foi que eu parei em santa Catarina, afogada.
Que o espírito Natalino salve santa Catarina, mas que também salve o SERTÃO que morre e todos os outros lugares que morrem e que nossos olhos não podem ou não querem alcançar!
Ai de nós!
Chico,
05/01/09.
5 comentários:
Os textos que não querem acontecer são os melhores, pois temos que pari-los.
Eu aprendi uma coisa muito interessante na faculdade esse semestre, mas depois eu te conto, porque tenho que repartir com você.
Eu refleti muito sobre o que aconteceu em Santa Catarina realmente foi uma catástrofe (?) e o sertão que é uma catástrofe por si, por existir. E só é lembrado em tempos eleitorais.
Voltemos um pouquinho ao ano passado e pensemos por que será que o caso de Eloá, Isabela chamaram tanto a opinião da mídia?
E se invés de classe média alta o pai de Isabela foi fosse pobre e negro será que chamaria tanta atenção assim?
E Eloá coitada o seu drama deixou as emissoras em primeiro lugar na audiência.
E o sertão quando será notícia?
Ahhhhhhhhhhhhhh!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Essas coisas me despoetizam completamente.
O burburinho que ouvimos é esse, aliás, é um grito, mas um grito tão poderoso que ensurdece a todos e que faz calar os olhos.
Ahhhhhhhhhhhhhhhh!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Quanta violência!!!
Eu amei seu texto. Muito bacana mesmo.
Você é muito sabida. E é de uma força e uma delicadeza incrível. Eu amo suas palavras todas elas. Eu amei sambar com você.
Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Bjinhossssssssss
Pois é POeta!
São tantas Marias, Anas, Clamentinas e Joanas... São tantos "Zés", Manés, Joões e "Predos" que morrem, morrem todos os dias.
Sabe quando estes Pobres, sim, vamos chama-los apenas... pobres, não vamos chamar PRETOS, para que não pareça discurso de (Cor, raça, etnia? Ou coisa que o valha, Para que não nos chamem... RADICAIS), Sabe quando é que essa clase de Gente, de nossa gente, ganha destaque? Não é quando Morre, COMO AS ELOÁS... (,) mas quando atira. Mas não, quando atiram para qualquer lado. É quando atiram de dentro do morro para a tão BONITA E INVEJAVEL...(?)Zona Nobre!(?) Tão.. NOBRE?
É quando se morre de medo nesta ZONA, É AI QUE VIRAMOS ...
NOTÍCIA? DESTAQUE?
Mas nós não queremos isso. Não somos isso e isso não nos basta.
Nós queremos mais e...
Pelo amor de Deus, não venham dizer que isso é pecado! Ok?
Pois que a Elite dirija tantos "Carandirus" ou "Cidades de Deus" quisereme que ganhem seus milhões com os filmes, e que ganhem o "OSCAR" contando a nossa miséria. Nós, morremos muito mais todos os dias! Morremos mais do que vcs! Roubamos menos, roubamos galinhas, margarinas e somos mais muito mais violentados e presos todos os dias...
E ainda por cima, falam em nome de Deus. Nós somos como diabos e eles...
Eles são CIDADÃOS civilizados na Glóra!
Amém!
Teria um constante gozo se as flores brotassem das sua lindas e tão sábias palavras... porque não? A restinga agradeceria... o serrado e lhe digo mais o próprio certão, a nossa caatinga, que mesmo por fazer o seu povo sofrer não deixa de ser uma das paisagens mais belas, que mesmo por tem um dos solos mais pobres consegui ser tão belo!
" E quando o sertão será notícia?" Não sei, mas não perco a esperança que um dia as pessoas irão sair deste transe de futilidade e não só o sertão, como também as nossas crianças de rua e outras mazelas deste Brasil contrastante passaram a ser notícia!
"Creio que com razão, é que traz na alma e na sensibilidade esse atavismo medonho de culpa e danação. Será herança de seus antepassados?? Que aguça a auto-estima e leva à busca de uma permanente e não bem localizável remissão. Alguns traduzem isto, na literatura, na arrebatadora solidão. Você, abrindo o leque em várias frentes, caminha sempre, sem esquecer as raízes e chão da infância, para o apelo,e nunca para o discurso."
...Gostaria de poder escrever-lhe isto em vermelho.
Bjssssssssssssss
Como os seus...
Vermelhos!!
Acredite, nós enxergamos em vermelho, e vc?!
rsrrs...
Beijos desta cor!
Postar um comentário