sexta-feira, 15 de maio de 2009

Estamos Putos!


Um sentimento de vazio quase cheio!

Uma coisa de impotência que não é bem isso!

Uma bomba que bem que poderia explodir e virar texto.

Mas que explode para dentro e vira qualquer coisa.

Raiva, não é, nem ódio, nem amor, nem nada.

É qualquer coisa que também é qualquer nota!

Ah! quer saber?

É um vá se fuder de ordem grandiosa!

Grandessíssima!

Tão grande que não sei tocar, nem sentir direito.

É apenas isso.

Vá se fuder mesmo!

ChicO, num momento de não produção!

15/03/09


P.S: Colocamos as letras de um azul bem manso para o sentimento passar e virar texto ultra vemelho!

domingo, 10 de maio de 2009

Abaixo todo bom senso.
Toda norma.

Queremos amar em liberdade!

E se for algum defeito,
por mim tudo bem!


ChicO! 10/05/09

Eu quero a barbaridade de amar e ficar idefeso.
De ser preso e não querer soltura.

Quero-te ao meu lado e por cima de mim.

Tô com saudade de você!
E não quero pedir licença ao entrar!

Se você Puder,

Se você soubesse o quanto quero...

Se você puder me dar a mão.
Que dê.
Me dê.

Eu quero, só quero andar de mãos dadas com você!

Se você soubesse o que ando fazendo por uns beijos seus.
Seu desejo em mim,
se vc soubesse...

O meu beijo é carmim.
Meu desejo é fucsia.
E minha carne treme...
Se você soubesse...

Se você soubesse que roupa usei ontem.
Esperando apenas que notasse.
Um olhar.

Faço-me feio,
Belo,

Para você me notar,
deste ou daule modo,
Mas que me note, anote!
Escreva em mim,
seu corpo!

Qualquer sorriso seu,
eu fico bobo.

Se você soubesse que essa poesia é para você...

Se você soubesse que ando escrevendo muito para você!

Sabe, vou te contar um segredo:
Eu tento esquecer e você não sai do meu pensamento.

Andas em meus sonhos.
E o que fazes neles.

Se fosse verdade.

Se soubesse da minha felicidade no sonho,
me faria feliz aqui.

Me dá uma chance e eu te dou todo meu carinho.
Quer ser minha namoradinha?

A Bethânia me cantou uma música ontem,
Eu lembrei de você...
Ela disse assim:

Amores são águas doces,
Paixões águas salgadas,
queria que a vida fosse essas águas misturadas...

Era isso que eu queria!
Qualquer coisa de maré em nós.

Que a correnteza te truoxesse aqui.
Pra mim.
Eu.
Você.
Nós dois, água misturada!


ChicO, amando desesperadamente!

10/05/09

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Deu Lírios em nosso Jardim!

Delírios em nossas cabeças!

Que permaneçam!


ChicO, Empoemei-me, empoemou-se, empoemaram-se, empoemem-me, empoemado, empoemando, Empoemaram-me! Vixe, danou-se!!

11/05/09

O acidente

No dia 01/05/2009, dia do trabalhador, portanto, feriado, dia de descanso e farra, na porta do meu condomínio, morre uma Senhora, minha vizinha, na flor dos seus 69 anos, atropelada por um carro desgovernado que a atingiu e também a um ciclista.
Eu ouvia música alta e escrevia meu trabalho para a faculdade...
Só ouvi a freada e o baque estrondante:
Bommmmm.
Pessoas gritavam... Corriam em direção ao portão. Constatavam osinal que o barrulho os dissera antes: os corpos, no meio pista e bem em frente ao portão do condomínio.
O motorista fugiu. Não se sabe bem se homem ou Mulher. Segundo as línguas que fofocam sobre, e que são muitas, era uma mulher. Sua placa fora anotada, mas não temos notícias de quais foram às conseqüências que sofreu, além do seu carro amassado. E se tiver alguma, consciência pesada por ter matado e ferido pessoas, sim, pessoas!
O ciclista ficou muito machucado. Parecia querer e insistia em levantar, mas não conseguia, tinha duas fraturas, uma em cada perna, escoriações e feridas espalhadas por todo o corpo. Tinha também, sua bicicleta partida ao meio com a roda completamente amassada.
Um homem o queria ajudar a levantar, mas não o fez, graças aos olheiros curiosos que o impediram. Os olheiros curiosos ao menos sabiam que não se deve tocar em vitimas nesta situação. O asfalto estava quente e devia estar doendo muito. Ele gritava “oi” “oi”, gemia sem parar. E queria porque queria levantar. Não conseguia...Tinha muitas dores e um sol maltratando. Quem viu o acidente, disse que eles, os acidentados, voaram. Voaram mais alto que o muro do condomínio, tamanho foi o choque. Pelo barulho que fez, dava até pra calcular que boa coisa não foi.
Muita gente na pista, queriam ver. Ver a miséria dos outros, sem muita piedade ou até com alguma. Mas este seria o assunto do resto da semana, ate esquecerem que existiu uma senhora que morava no mesmo condomínio que eles e que tivera sua vida brutalmente arrancada. Ver e não parar de ver. E saber cada detalhe com muita curiosidade e frieza.
A SAMU chegou. Demorou mais do que o necessário. Mais do que meia hora. Chegou com um alto-falante, pedindo para que as pessoas saíssem da pista e assim, pudessem trabalhar, mas a curiosidade foi maior e ninguém se movimentou.
Queriam era saber, saber quem foi, como foi, que carro foi...
Nesse ínterim, antes da chegada da SAMU, o corpo da Senhora fora coberto pelos moradores, vizinhos próximos. Sua filha já estava aos prantos, tremula e desesperada em ver a mãe no chão, pálida, sangue escorrendo do talho profundo feito em sua cabeça, perna virada, roupa suspensa e morta. Só que a filha tinha a esperança e o desejo de que ela estivesse viva. O porteiro, que assistia tudo, completamente parado, por ser sinalizado, cedeu a cadeira em que estava sentado para a filha da Senhora.

E se ficasse viva, sabe-se lá Deus com quais seqüelas ficaria... " Deus sabe o que faz!"

Ela, a filha, gritava e chorava. Eu vou como a minha mãe. Eu quero um hospital particular. EU PAGO. EU PAGO, dizia ela!!! Suas vizinhas de prédio tentavam explicar que o procedimento não era aquele, que o primeiro atendimento realmente tinha de ser feito num Hospital Público, Roberto Santos Ou HGE, mas ela não queria saber, queria a mãe dela bem tratada, fora daquele chão e daquela demora dos primeiros socorros, daquela humilhação de morrer daquele jeito. Talvez este não seja o melhor jeito de morrer.
Algum Espírita, Cardecista, comentou ao meu lado que seu espírito, talvez estivesse ali, olhando para o próprio corpo. E que talvez não aceitasse a própria morte. Morrer assim parece que não cabe para os espiritualistas, nem pra mim, francamente...
A amiga da morta solta a fase ao meu lado, creio que ela seja católica: "Meu Deus, uma mulher que acreditava tanto em Deus. Como pode?? Acreditava em Deus até ao atravessar a rua..." Elas eram muito amigas.
E agora? Aquele corro acabou com a vida da amiga. Com quem ela vai conversar e qual a última lembrança que vai levar da amiga?
E a filha?
E o neto?? Que chorava com a namoradinha abraçada a ele...
" Ele dizia ao ver o desespero da Mãe: Não mãe, eu vou com minha Vó!"
A SAMU termina os primeiros procedimentos com a Senhora enquanto o outro carro de atendimento chega. A SAMU não sai ao colocar a Senhora dentro do Carro...
Isso é comentado pelos curiosos. Eu tenho a impressão de que ali já havia sido confirmada a morte dela, mas como elas só dão os primeiros socorros e somente um médico pode dar o veredito...
Esperasse até o ciclista também ser atendido. E só então os carros saem levando os feridos... Não sabemos de mais nada depois daí, só da morte e do enterro dela, que fora no dia seguinte às 4:00h da tarde!
O que será que pensa a pessoa que tinha tanta presa naquele carro?? Tem dor de consciência?? Quantas vidas ela atingiu em paralelo a da Senhora?? Hum... Como anda seu psicológico?? Talvez tenha remorso e culpa. Não sei bem qual o tipo de sentimento que "posso" ter por ela...

A semana acabou e os curiosos ainda comentam o que viram... Mas daqui a pouco esquecem. O jornal deu uma nota mínima comentando a morte, sem dar muita importância, sem informações mais abrangentes e o assunto ficou encerrado.

P.S: depois da nota no Jornal, achei que aquela Senhora merecia mais do que aquilo. Aquele texto mal escrito e com miseras informações. Acho que ela merece ser imortalizada aqui. Ela não é apenas uma informação para o cantinho do jornal, ela é uma vida interrompida! E tantas outras são tratadas assim todos os dias...

Que descanse em paz!
Que descansem em paz todos os mortos!

ChicO. 06/05/2009.


Outro P.S:. Estou estudando sobre violência, numa matéria de literatura. É tão diferente falar sobre violência e ver a violência perante os olhos...
Como as pessoas reagem diante da morte. Não há mais sentimentos, só curiosidade de ver o outro num estado indefeso e sem volta.

Morrer antes era sagrado, era ritualístico, sentimento...

Agora, na sociedade do espetáculo... Cada morte é apenas mais uma morte. Mais um espetáculo. Amanhã teremos outro e outro e outro...