terça-feira, 10 de agosto de 2010

Divagações, não reparem...

Explodi.


Eclodi.
Achei-me.
No meio de uma rua.
As frestas que, antes, eu achava que havia só em mim, estão em todo canto, estão por aí.
Ali. Olha pra’li. Olha pra isso. Frestou-se tudo!
“Vi ontem um bicho, na imundice do pátio” e vi pela fresta que havia no caminho, curioso que sou! Olheiro
Ah, Bandeira, despertaste em mim o olhar que eu não queria (?) Esperava (?) Sentia...
Ah, quanta falta do que fazer.
Quanta pedra em meu caminho. Pedra doirada!
Tanta falta do que dizer.
Tanta poesia perdida.
Tanto olho me olhando pela fechadura.
E nós estávamos trancados,
Era tudo um grande segredo, mas os bisbilhoteiros não compreendiam a arte do respeito e do direito de não sermos incomodados.
Desegredou-nos!
Antes eu era só afeto, agora sou afeto e afetado.
São tantos olhos, olhares e marcas, amarguras e etc...
Mas antes também já havia marcas e amarguras, muitas! Açoites e tudo mais.
Como dói ser simplesmente afetivo, carinhoso e sincero.
O mundo nos clama uma revolta e eu insisto no carinho elegante e respeitoso, tão possível se quiséssemos.
Como findar um poema?
Bem, com o infindável e inefável modo de ser e viver dos humanos:
Amor, ódio e bisbilhotices nos compõem para muito além das línguas felinas que nos tangem, como se galinhas fossemos, para um canto que não é nosso. A sorte é que somos espaços e pouco inteligentes para tangirmo-nos.
Ficamos aqui, nós e o sentimento humano.
O que nos resta é fazer poesia. Que esta sim, não nos trai.






ChicO, lançando olhares pelo mundo, e vivenciando o avesso da poesia dele.

Um comentário:

Amanda Julieta disse...

Mi e Chico,

Eu gosto de me empoemar com as tuas palavras. É, sim, a poesia nunca morre, nós é que de vez em quando nos esquecemos de olhá-la.
E também nunca nos trai. A poesia é linda. A poesia é mais humana do que nós.

Beijos vermelhíssimos!