sexta-feira, 7 de agosto de 2009

CARTA DE AMOR

Salvador, 17/07/2009


Meu Amor,

Eu só queria te dizer, meu bem, que você tem pelo menos três motivos para jamais me esquecer. Sei bem que nem sei quais são, mas, aí é que está, aí dentro de você há de haver qualquer coisa de mim, de nós. Qualquer coisa de bom que te fiz, um toque,um gosto, um gozo, um gesto... Um gesto muda tudo.
“E nessa hora você vai, lembrar de mim...!”
Às vezes ficou ouvindo o Roberto e me lembro que a voz dele não me agradava até você dizer: O Roberto é genial, o cara é Genial! Eu sempre achei o Roberto um compositor genial, mas para meus ouvidos a voz dele sempre fora um fiasco, um fracasso muito sofrível. Não sei se você realmente gosta da voz do Roberto, mas depois do “genial”, resolvi dar um segundo olhar, uma segunda “ouvida” melhor intencionada e gostar mais dele de algum modo. E se a frase da canção não servir pra você, então que sirva pra mim. Por que muitas coisas me fazem “sentir saudades suas...”
Eu só queria dizer que estou com saudades há dias, meu amor, desde o afastamento do nosso último abraço, isso por que meu amor, meu coração está doendo, transbordando, empacado e carente e espancado de porradas que só o amor e a saudade sabem dar e está só, só de você, de estar longe de você, uma solidão tão grande... Tão imensurável. Pode até ser uma bobagem para muita gente, pode até ser uma bobagem de minha parte, mas eu queria estar contigo, em seus braços, afagado, afogado de amor ou então, te dar outro abraço e de quebra te roubar um cheiro gostoso sem que você perceba, saiba e, um beijinho sorrateiro em qualquer lugar. Eu já cansei de não ser ridículo e é por isso eu escrevo esta carta de amor derramado e meloso e extravasado e muito e forte e melancólico e tudo e ridículo, com este objetivo, ser muito ridículo mesmo! Eu vou ser extremamente ridículo. Ridículo, ridículo e ridículo, ah, dane-se! Quero você para me encher mais ainda de sentimentos, melhorá-los com tua presença e abrir a porta dos fundos da vida, depois de dentro, corro e abro a porta da frente para você entrar. Escancaro, arreganho, e só haverá espaço para você e mim. Para cada passo, só seu, arrastado de sandália ou não e, eu ouvindo cada arrastar seu, encantado, como só os apaixonados se rendem e esses... “detalhes tão pequenos de nós dois”. É, “são coisas muito grandes pra esquecer...” São mesmo.
Eu quero seus abraços, seus beijos e seu jeito de olhar de vagarinho, mansinho, com carinho e calmo e fervendo,eu acho que você me olha fervendo e calmo também, às vezes, eu tenho essa impressão, se você falasse... Confessasse. Estaria tudo em arco-íres e flores, por que eu nunca tive coragem para confissões importantíssimas, eu sempre te roubei as coisas em silêncio, teus sorrisos, seus carinhos, seus abraços, seus elogios, você nunca saberia, não é? Me desculpe pelos “roubos”, mas continuarei te furtando os carinhos. Teu jeito de coçar a cabeça e de ser assim tão... Delicado, eu imagino... Eu adoro!
Eu gosto de ouvir você falar e gosto muito quando você me elogia. Você me elogiou tanto outro dia, já faz algum tempo, mas para mim foi ontem, consigo ouvir ainda, elogiou até eu ficar sem graça, sem saber como agradecer nem agir, só consegui sorri como resposta. No fundo, no fundo eu adorei, porque eu queria mesmo que você reparasse e que me deixasse no estado em que deixastes, e você reparou tão bem reparado e você me fez feliz tão bem feito e fez o elogio tão bem elogiado, por que disse que adorou e eu adorei junto, tudo, todo o efeito dentro de mim, uma felicidade misturada com uma vergonha qualquer. Na realidade eu fiz tudo aquilo para você, mas juro, nem esperava palavras e manifestações, só que você olhasse de relance e talvez reparasse ou nem reparasse muito, sem qualquer gesto de agrado ou mesmo comentários. Eu adoro quando você me surpreende assim. E é em vagaroso silêncio que eu adoro.
Nada poderia ser melhor que isso, se embelezar para alguém e esse alguém perceber. Pena que você não sabia que era só para você. Ou será que já soube e eu é que sou besta?!
Eu imaginei tantas vezes fazer amor com você, ora voraz e animalesco, contigo enfiando os dedos entre meus cabelos soltos em desalinho e me virando o pescoço para dar beijos ali, rasgando minha blusa como se houvessem mil outras para eu me reaprontar, me recompor depois de tudo. Noutrora imagino tudo manso e romântico quase que inocentemente, como se nem se precisasse de movimentos, apenas nos encostarmos com carinho e pronto, eu explodiria tranquilamente!
O que me mata nem é ficar somente imaginando o que poderia ser feito de mim para você e de você para mim se acaso você soubesse desse meu amor por você, desse meu interesse, o que me mata é essa saudade desdobrada de não te ter dentro dos olhos. Tudo que eu olho é meu e se não estou perto de você para te olhar... Perco todo o domínio de mim. Nem precisava ser o olhar do jeito que eu queria, gostaria e desejaria, mas qualquer olhar, qualquer migalha para mim já seria um prato cheio, um banquete real. Caindo do mundo ideal de Platão par o mundo real que só quem não conhece as teorias Platônicas entende e sabe viver melhor. Essa realidade do jeito que eu queria, só não conhecendo mesmo Platão para saber, Só tendo a complacência dessa ignorância que tantas vezes me faz falta de vez em quando. No mais, tudo continua na mesma, a minha vida e o meu jeito de ser. Algum desanimo me toma vez em quando, mas nada que mate. Uma solidão me bate palminhas nas costas como quem diz: console-se comigo. Uma incompreensão de viver sem que as coisas aconteçam como precisariam acontecer para o meu modo de ser feliz abrilhantar-se. Mas hora ou outra sorrio caudalosas risadas com amigos e esqueço até de você por instantes poucos e míseros. Mas tem gente que me lembra tanto você que me esqueço de te esquecer na maioria das vezes. “Não adianta nem tentar... ‘te’ esquecer...” Parece que o Roberto sabe muito dessas coisas...
E eu só quero apenas te rever, a visita do teu amor me faria tão bem, bem-bem, bem-bem meu bem! Vamos só nós dois, a sós, sem nem olhar pra traz, nem, sem termos que ligar pra mais ninguém, ninguém, além d’eu e tu... Mas... “Você nunca ouviu falar em maldição(?) nunca viu um milagre(?), nunca chorou sozinha(o) num banheiro sujo(?), nem nunca quis ver a face de Deus(?)..., só as mães são felizes..." não é Cazuza?! Eu? Eu não. Eu sofro mesmo, um amor bem grade assim nunca é de mais, vivemos de lembranças, momentos que não morrerão jamais! Ai de mim... E, e isso de amar assim, meio solitário, é o que eu sempre digo: “mistério sempre há de pintar por aí...”

Beijos meu bem, muitas saudades

Para sempre de você!

ChicO, te dizendo: “não se esqueça de mim, não se perca de mim, não desapareça...”, eu costumo perder a cabeça, Exagerado! Cheio de um despautério inútil. Para sempre implorando, amores!

Ei, Buarque, “Os amores serão sempre amáveis?”


Je t'aime [eu te amo]

rouge baisers [beijos vermelhos]

3 comentários:

# Poetíssima Prida disse...

Mi, só faltei chorar...
Li num pulo, num salto, nua coisa vermelha que só tu tens...

incrível 'penqueno anjo de grande coração'..

Abraços!

Ah, obrigada pelas visitas!

Desenhos Digitais disse...

Bravo!!!!!
Plac, plac, plac
Aplaudindo...
Plac, plac, plac
Novamente...Em pé!!!
Bravo!!!
Amei!
Parabéns!!

PS: Passei aqui correndinho, quando vi o tamanho do texto, senti uma preguicinha de ler, mas ainda bem que li.
Valeu a pena!!!

Obrigadaaaaaa

Empoemamento disse...

Todas as cartas de Amor são rídiculas,


Aiii, se não fossem as cartas de amor!