Quase tudo eu quero quase tudo eu quero escrever. E escrevo. Escrever foi meu grande mal ou o meu melhor bem. Eu cismei nisso. Bati pé firme. Nasci e já fui logo escrevendo. Como num milagre. Quando eu quero subir; escrevo os DEGRAUS. Quando eu quero brincar; escrevo os brinquedos. E brinco, brinco com palavras. Eu sempre tenho idéias, mas eu também me esqueço de lembrar-me delas. Isso me irrita e dá uma impotência muito, muito grande. Tenho muitas mesmo, muitas idéias, muitas... algumas "não valem nada", mas de tão minhas, tenho de valorizá-las eeu acabo gostando delas, às vezes descarto momentaneamente, mas, depois, acabo reutilizando-as, eu tenho um apego com elas... Ah...
Eu sempre tenho Deus, ao menos eu acho, e eu nem sei como, é tão confuso. Minha confusão com ele é nossa. Graças a Deus! Ele quer que eu acredite nele. E eu acredito, não sempre. Mas eu tenho medo e acho tão bonito ao mesmo tempo. É bonito ter fé. Talvez seja por isso que eu tenha alguma. E é tão irreal acreditar em Deus. Mas é tão forte. Tão inexplicável e tão, tão... eu não sei de nada, saber é muito limitado mesmo, minha ignonímia me inocenta e Deus me entende, eu tenho certeza. Ele sabe de mim e do meu tamanho, do que eu possuo e do que posso. Eu não quero escrever as mesmas coisas o tempo inteiro. Tenho a impressão de que tudo que eu digo agora eu mesmo já disse antes. É isso, escrever também me cansa um pouco, mas eu não paro. Eu sigo assim, fatigado e escritor. Se eu pudesse entenderia a mente humana, e como Freud, explicaria alguma coisa acerca dela, escreveria, tudo pode ser escrito, mas também eu não teria jamais a perspicácia e paciência dele. Eu já cansei de escrever a palavra também. Isso é tão chato... Eu sinto que tenho de ler mais para escrever melhor. Um fato! Eu não tenho preguiça de ler. Agora eu não suporto ser obrigado a fazer nada. Obrigações são muito ruins, cansam. Eu enjôo de algumas coisas. De algumas outras eu enjôo muito fácil. Tem gente que não dá para aturar nem a voz. Dá um nervoso estranho. É como se a voz viesse com um sinismo agregado. Não sei bem. Agora, tem pessoas que eu amo muito e isso é estranho também. Eu redijo mal as coisas. Nunca o que eu digo é exatamente o que eu quero ou tenho a dizer. É sempre menos e essa incompletude que me faz ir além e estar sempre querendo dizer algo mais. Os meus vícios são insones e sinceros: eu fumo, eu bebo, eu amo coca-cola eu como bastante, eu como chocolate, eu adoro sexo, eu leio, leio, leio, eu escrevo, escrevo, escrevo, escrevo, até quando não pode, eu tomo café, eu chupo balas. Eu tive um nascimento difícil, eu acho assim, né? Naõ sei, tenho essa impressão. Como se o inconsciente me dissesse. Eu tenho uma vida com traumas, eu sou feliz mesmo assim, porque eu sei ser feliz, é como se eu fizesse a escolha, mas eu fico triste também, eu fico muito triste. Tem gente que diz que me ama, mas eu não acredito em tudo não, eu não sou mau, mas eu aprendi isso, mamãe sempre dizia: “Não seja tão bobão, não confie em todo mundo meu bem!” e eu não confio mesmo, mas até que se prove o contrário eu gosto, o desgosto é que vem com o tempo. Viver é algum mistério. A gente nunca sabe o que é... Eu já tive um boneco, eu degolei o pescoço dele sem querer. Deu-me vontade de chorar. Sim, eu choro.“Eu já tive o meu pescoço degolado”, mas eu não quis descontar em ninguém. As pessoas sempre maltratam umas as outras e eu acho isso tão insuportável. Quando eu sou capaz de maltratar alguém, eu mesmo me morro. Condeno-me. Eu ando tanto pelo mundo, eu acho isso sem sentido, ficar parado também é sem sentido. Eu já vi coisas incríveis e fiquei besta da emoção que dá. Eu já vi coisas terríveis e fiquei triste da tristeza que dá.
A tinta da caneta que eu escrevia, estava vazando me manchou os dedos e o poema. Botou tudo a perder. Aquele seria o meu melhor poema...
Mas mesmo assim, a tinta derramando se inscrevia no papel e escrevia alguma coisa ali, nele. Dizendo o quê é que eu não sei, mas era tão bonito. Era algo do belo. Então nem tudo estava perdido, "só" o poema. Que nem ficou tão perdido assim, né?está lá, sempre lá, atrás da tinta, de um vermelho escarlate e vulgar e um não sei o quê poético, talvez letras de poema embaixo dela.
O indizível é sempre misterioso e quase sempre belo, por isso mesmo, por ser mistério! E quase sempre belo, porque o belo está na forma de olhar e não no simples olhar! E isso... Isso é um quase TUDO!
Condeno-me ao mistério e ao belo, mais nada!
ChicO, existindo e sendo tudo que se pode ser, ou, QUASE TUDO!
28/07/08
A tinta da caneta que eu escrevia, estava vazando me manchou os dedos e o poema. Botou tudo a perder. Aquele seria o meu melhor poema...
Mas mesmo assim, a tinta derramando se inscrevia no papel e escrevia alguma coisa ali, nele. Dizendo o quê é que eu não sei, mas era tão bonito. Era algo do belo. Então nem tudo estava perdido, "só" o poema. Que nem ficou tão perdido assim, né?está lá, sempre lá, atrás da tinta, de um vermelho escarlate e vulgar e um não sei o quê poético, talvez letras de poema embaixo dela.
O indizível é sempre misterioso e quase sempre belo, por isso mesmo, por ser mistério! E quase sempre belo, porque o belo está na forma de olhar e não no simples olhar! E isso... Isso é um quase TUDO!
Condeno-me ao mistério e ao belo, mais nada!
ChicO, existindo e sendo tudo que se pode ser, ou, QUASE TUDO!
28/07/08