terça-feira, 31 de maio de 2011
segunda-feira, 30 de maio de 2011
fotografando...
Não dá para pintar nem a dor, nem a fome, não dá para exatamente fotografá-las, mas no comércio de Salvador, ao visitá-lo, barrigas roncam diante dos olhos, e mais do que ouvir, é possível ver os roncos muito mal acompanhados do mau cheiro de lá, e tem gente que só enxerga o Elevador Lacerda e o Mercado Modelo que de tão sofridos, cheiram a sangue... A dor está na sensibilidade de quem olha e no 'como' se olha o que se olha!
O Paradoxo
A vista da Ladeira da Montanha é a constatação da megalomania de Deus, já o seu cotidiano é a prova de uma falta de atenção quase grotesca. Há de se levar em consideração qualquer coisa de paradoxo. Neste sentido, os olhos precisam se abrir...
Há ‘gemidos’ por estas áreas...
E as montanhas nada escondem...
terça-feira, 17 de maio de 2011
Quadro Negro Simples Rap'ortagem
Acordei de um longo sono, a intensa luz quase me cega
É preciso revelar o que se nega
Se a vida é uma escola toda escola tem seu quadro
Quadro negro, formato quadrado
Nele reescrevo a minha história, faço um deário
Na minha lista negra só tem revolucionário
Marias guerreiras das periferias você tem que ver
Os guerreiros do passado e os atuais do MST
Os homossexuais que resistem com dignidade
Crioulos e indígenas que adentram as faculdades
Se o escuro é feio minha poesia é imunda
Das nuvens mais negras cai água límpida e fecunda
E por falar em água, me vem na lembrança
O quadro negro na verdade tem a cor da esperança
Que caia um temporal sem pedir licença
E faça desabar essas velhas crenças
Visões estúpidas, espalhadas pelo mundo
Que associou a cor preta a tudo que é imundo
O negro discrimina o próprio negro sim
Se aquele que apontas como negro não se acha assim
Cresceu aprendendo que ser negro é feio
Se é tudo de ruim quem é que quer andar no meio?
Quem escreveu a história do negro nesse país?
Basta ver a cor do giz
Os Reis Faraós do Egito hoje mumificados
Se tirassem suas faixas pudessem ser ressuscitados
Saberia dizer a cor da pele deles sem engano?
Quer uma pista: Egito é um país africano
Não adianta sabermos que não existe raça
Se o conceito predomina e representa ameaça
O hip-hop não nega a mestiçagem, porém
Sabe que ela não trouxe igualdade pra ninguém
Tá vendo o que a herança racista ofereceu?
Se existia escravidão entre africanos antes dos
europeus
Era com sentido diferente do que se viu
Não eram vendidos, não tinha caráter mercantil
As tribos guerreavam o grupo perdedor assume
Rendição por questão de honra, de costume
Se há uma cor do pecado ela chegou de mansinho
Espalhando discórdia e ambição pelo caminho
Sua ciência e religião assim disseram com toda calma
É inferior! Pode escravizar que não tem alma
A cor da paz cometeu holocausto aos judeus
Barbárie na inquisição em nome de Deus
Nas Américas, índios foram dizimados
Mas quem sobreviveu está criando um novo quadro
Se na prova der branco na memória
Vamos denegrir a sua mente com a nossa história
A luz do sol ofusca a visão
E a beleza da lua só é possível com a escuridão
A luta pelas cotas não anula a luta pela melhora
Da qualidade de ensino público, tu ignora
Pelo contrário, quanto mais negros na academia
Muito mais força pra se lutar por um novo dia
Racismo, o que mais me causa espanto
Não se encara como problema do branco
Mas entre esses, há os que lutam pelo seu fim
"ah se todo branco fosse assim"
Branquitude, pouco se ouve falar
O que explica o privilégio que sua etnia pode
conquistar?
Pra quem nasceu em berço de ouro é difícil entender
Que não é só porque seus pais fizeram por merecer
Foram anos de exploração no passado pra que um dia
A sociedade fosse estruturada a favor de uma minoria
Há os que não admitem cotas julgando serem injustas
Outros julgando serem esmolas, tudo isso me assusta
Pergunto quanto custa superar o engano?
Quanto custa ignorar os direitos humanos?
Muita coisa bonita garante a Constituição
Se esquecida ou ignorada precisa de afirmação
Pretos e brancos são iguais, e daí? Se a norma
Nem no cemitério são tratados da mesma forma
Entenda agora o que são ações afirmativas
Medidas pontuais, alternativas
Medidas passageiras que vem afirmar
Pra sociedade, que há, desigualdades, a reparar
Dos que vivem abaixo da linha da pobreza
70% são negros, que beleza!
Do total de universitários brasileiros
97% são brancos e herdeiros
De uma política que patrocinou para embranquecer a raça
A vinda de 4 milhões de estrangeiros, o tempo passa!
Tudo isso, em 30 anos irmão
Foi o que se trouxe de negros, em 3 séculos de
escravidão
Patrocínio com recurso público, o negativo
Para os escravos libertos nenhum tipo de incentivo
Nos mataram, exploraram e depois largaram a toa
Sem emprego, casa, comida, só disseram: vai, voa!
Sem asas e quem sobreviveu tá por um triz
Amontoados nas favelas de todo país
Quantos brancos moram lá? Cê conta no dedos
Agora entenda porque cotas para negros
Refrão
Eu quero bonecas, anjos, apresentadores pretos e
pretas
Empresários, juízes, modelos, doutores pretos e
pretas
Se querer é uma faceta
Eu quero, desejo, uma elite preta
Uma coisa é pedir outra é conquistar respeito
O fruto de uma conquista dá-se o nome de direito
Olhe pra minha cor, olhe pra nossa luta
Nem esmola nem favor se desigual é a disputa
Entre quem sempre teve privilégio de estudar
Com ensino de qualidade em escola particular
E querer comparar com ensino público e a situação
Tele-aula, aceleração
Vestibular pra faculdade pública o esquema é raro
Com cotas ou não só entra quem tem preparo
Não serão as cotas que terão o privilégio de
inaugurar
A presenças de alunos educados pra manguear
Vestibular das particulares tomou a frente, foi mais ligeiro
Freqüentemente só basta ter dinheiro
Quem concorrer pelas cotas vai se deparar legal
Com uma concorrência enorme mas não desleal
Desleal é a condição que o jovem negro encara
Fusca para ele, Ferrari para os de pele clara
Competirem com as mesmas regras, maldade
É isso que eles chamam de igualdade
Engraçada essa gente da estética
Ter instrução em excesso nunca foi sinal de ética
Será mesmo a suposta elevação intelectual
Que garantirá a formação, de um bom profissional?
Não subestime a inteligência dos excluído desse
milênio
A faculdade do crime só tem gênio
A elite é quem decide em âmbito nacional
Se nossa inteligência será usada para o bem ou para o mal
Tanto tempo buscando debate ninguém se importou
A cota de tolerância do meu povo já se esgotou
A Simples Rap´ortagem revela para o Brasil
Com cotas ou não vestibular é funil
Com cotas ou não vestibular é peneira
Quem concorrer pelas cotas mas não for bom vai levar rasteira
Que vença o melhor...chega a ser hilário
A prova é uma só os concorrentes que são vários
Quem se afirmou, como provar se é negro ou não?
De uma vez por toda pra se resolver a questão
O cassetete da PM tem dispositivo de elite
Nunca erra quem é negro, acredite!
Refrão
Cuidado quando alguém te incita
A ir a um show onde só tem gente bonita
Olhe sempre com reservas, pra mim o que interessa
É saber que gente bonita é essa
Analise os termos que deixaram pra gente
Entre pardo e mulato qual o mais indecente?
Qual o menos prejudicial?
Ter a identidade de mula ou de pardal
Mas pêra aê, veja que pirraça
Pardal não é aquele passarinho que não tem raça?
Que perambula pelas praças, dizem sem valor
Pássaro sem vocação pra cantor
Vira-lata, a mula é um animal
Mão de obra barata, estéril, irracional
Só serve para o trabalho mas não para produzir
E aí cumpade, tu se encaixa mesmo aqui?
Nem parda, nem mulata eu me defino politicamente
Sou negra, ou se quiser afro-descendente
Cuidado, que eu tô em pele de cordeiro
Do tipo que da coice, afro-brasileiro
Deveria ser executado com um tiro de bazuca
O criador do personagem "negra maluca"
Eu sou sério demais? Não vá se preocupar
Herdei da minha gente o talento pra contrariar
Contrariando, tu vai sim me ver sorrindo
Mas o hip-hop superou o discurso do "negro é lindo!"
A quem interessa? Eu digo a quem pensou
Que eu seria só mais um com vocação pra tambor
Se respeito é bom, não nos leve a mal
Quem vos fala é um skatista, uma pedagoga e cientista social
Da Universidade Federal da Bahia
Detalhe, quem diria, na terra do "é só alegria!"
Se denegrir é tornar negro irmão
Vamos denegrir a faculdade de comunicação
De direito e muito mais
Vamos denegrir os órgãos oficiais
Refrão
A manchete da Simples Rap´ortagem estampa
Um novo quadro negro se levanta
Há muito a ser contado sobre os nossos ancestrais
Não deixar passar em branco, tarefa nossa rapaz
Se ligue, há muito a ser feito
O importante nego é fazer do nosso jeito.
segunda-feira, 16 de maio de 2011
Seletivismo!
'Não sou pra todos. Gosto muito do meu mundinho. Ele é cheio de surpresas, palavras soltas e cores misturadas. Às vezes tem um céu azul, outras tempestade. Lá dentro cabem sonhos de todos os tamanhos. Mas não cabe muita gente. Todas as pessoas que estão dentro dele não estão por acaso. São necessárias."
Caio Fernando Loureiro de Abreu nasceu no dia 12 de setembro de 1948, em Santiago (RS). Jovem ainda mudou-se para Porto Alegre onde publicou seus primeiros contos. Cursou Letras na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, depois Artes Dramáticas, mas abandonou ambos para dedicar-se ao trabalho jornalístico no Centro e Sul do país, em revistas como Pop, Nova, Veja e Manchete, foi editor de Leia Livros e colaborou nos jornais Correio do Povo, Zero Hora, O Estado de São Paulo e Folha de São Paulo. No ano de 1968 — em plena ditadura militar — foi perseguido pelo DOPS (Departamento de Ordem Política e Social), tendo se refugiado no sítio da escritora e amiga Hilda Hilst, na periferia de Campinas (SP). Considerado um dos principais contistas do Brasil, sua ficção se desenvolveu acima dos convencionalismos de qualquer ordem, evidenciando uma temática própria, juntamente com uma linguagem fora dos padrões normais. Em 1973, querendo deixar tudo para trás, viajou para a Europa. Primeiro andou pela Espanha, transferiu-se para Estocolmo, depois Amsterdã, Londres — onde escreveu Ovelhas Negras — e Paris. Retornou a Porto Alegre em fins de 1974, sem parecer caber mais na rotina do Brasil dos militares: tinha os cabelos pintados de vermelho, usava brincos imensos nas duas orelhas e se vestia com batas de veludo cobertas de pequenos espelhos. Assim andava calmamente pela Rua da Praia, centro nervoso da capital gaúcha. Em 1983 transferiu-se para o Rio de Janeiro e em 1985 passou a residir novamente em São Paulo.
Volta à França em 1994, a convite da Casa dos Escritores Estrangeiros. Lá escreveu Bien Loin de Marienbad. Ao saber-se portador do vírus da AIDS, em setembro de 1994, Caio Fernando Abreu retorna a Porto Alegre, onde volta a viver com seus pais. Põe-se a cuidar de roseiras, encontrando um sentido mais delicado para a vida. Foi internado no Hospital Menino Deus, onde faleceu no dia 25 de fevereiro de 1996.
Volta à França em 1994, a convite da Casa dos Escritores Estrangeiros. Lá escreveu Bien Loin de Marienbad. Ao saber-se portador do vírus da AIDS, em setembro de 1994, Caio Fernando Abreu retorna a Porto Alegre, onde volta a viver com seus pais. Põe-se a cuidar de roseiras, encontrando um sentido mais delicado para a vida. Foi internado no Hospital Menino Deus, onde faleceu no dia 25 de fevereiro de 1996.
segunda-feira, 9 de maio de 2011
Lá vem
Lá vem o amor,
com essa sua cara que é toda sorriso!
Lá vem ele,
com este jeitinho que é todo bonito!
Que é todo preciso!
Lá vem o amor,
com essa expressão que nos encanta e engabela.
com essa sua cara que é toda sorriso!
Lá vem ele,
com este jeitinho que é todo bonito!
Que é todo preciso!
Lá vem o amor,
com essa expressão que nos encanta e engabela.
Lá vem o amor,
com todo seu perigo!
Lá vem este amor, lá vem!
Nos pedir a mão em namoro...
Com este seu silêncio que reverbera!
Com este seu silêncio que reverbera!
Lá vem o amor, lá vem,
com o seu turbilhão,
e,
com o seu turbilhão,
e,
Salve-se quem puder!
E nós somos todo respeito e compreensão e segredo e sigilo e silêncio e aprendizado e o escambal também!
ChicO, "Porque toda razão, toda palavra, vale nada quando chega o amor" !!
É, parece que chegou!
("como quem chega do nada, ele não me troxe nada, também nada perguntou...
Mas entendo (perfeitamente) o que ele quer...")
domingo, 8 de maio de 2011
Tudo o que você gostaria de saber sobre macumba e nunca teve coragem de ...
É assim que se contribue!
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